Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
A Arte de Perder - Elizabeth Bishop
A arte de perder não é difícil de dominar
Tantas coisas parecem cheias da intenção de
serem perdidas
Que sua perda não é um desastre.
Perca alguma coisa todos os dias
Aceite o contra-tempo de perder as chaves da porta
A hora gasta inútilmente.
A arte de perder não é difícil de dominar.
Depois, pratique perder mais, perder mais rápido
Lugares, nomes, situações....tantas coisas
Eu perdi duas cidades, dois rios, um continente
Eu os perdi, mas não foi um desastre.
Até mesmo perder você (a voz brincalhona, aquele gesto que eu adoro), não muda nada.
É evidente que arte de perder não é difícil de dominar
Embora pareça,
Embora possa parecer (escreva!) um desastre.
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Carrego seu coração comigo
Eu carrego no meu coração
Nunca estou sem ele.
Onde quer que vá, você vai comigo
E o que quer que faça,
Eu faço por você.
Não temo meu destino
Você é meu destino, meu doce.
Eu não quero o mundo, por mais belo que seja.
Você é meu mundo, minha verdade.
Eis o grande segredo que ninguém sabe.
Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto e o céu do céu
De uma árvore chamada VIDA.
Que cresce mais que a alma pode esperar ou a mente pode esconder.
E esse é o mistério que mantém a distância entre as estrelas.
Eu carrego seu coração comigo,
Eu o carrego no meu coração.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Problemas têm família...
domingo, 13 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Não sou comum...
Estava olhando uns Orkuts por aí e vi tanta gente que cresceu comigo, hoje com filhos, família constituída, emprego estável, dirigindo seus carros, levando os filhos ao colégio, ou seja, com tudo aquilo que se pode falar de uma vida de adulto.
É tão estranho ver que muitos deles e delas mudaram e outros continuam iguaizinhos... só que com filhos... coisa estranha essa. Adultos que conheci criança ou adolescente e agora, adultos... pais e mães de crianças.
Falo isso porque sempre que observo um adulto, principalmente aqueles sérios, absortos no trabalho, fico imaginando ele (ela) criança. Será que já eram sérios assim, será que retinham os brinquedos só pra si, será que se lambuzavam de sorvete, que brigavam na rua, será que eram excluídos e por isso hoje excluem?! Sei lá... é louco, eu sei, mas adoro imaginar essas coisas. Daí me lembro da música do Arnaldo Antunes que fala sobre isso e que tem um título fantástico “Saiba”. Acho que justamente pra lembrar aos adultos de que eles um dia foram crianças, e só tornaram-se adultos; não nasceram nessa condição. A música pra mim, diz que a vida é importante demais pra ser levada a sério, é uma grande brincadeira! Ele fala: “Saiba: Todo mundo teve infância, Maomé já foi criança. Arquimedes, Buda, Galileu e também você e eu”. É muito bacana e isso me faz pensar no quanto negligenciamos a infância, sendo que ela é a parte mais importante de quem fomos e “quem” nos constituiu para hoje sermos o que somos, bons ou maus, solidários ou egoístas, sozinhos ou cheios de amigos e por aí vai...
Mas esse é um tema pra ou outro post, hoje quero falar sim da minha infância e adolescência, muito mais pelos que estiveram comigo e hoje – muitos deles – são como completos estranhos, e muito também pra dizer o quanto me sinto diferente deles, nem melhor nem pior, só diferente. E vou falar: eu gosto dessa diferença.
Na verdade acho que não cresci não... hoje estava me apercebendo disso. Eu sou adulta porque a vida me obrigou a ser. Tenho trabalho, responsabilidades, contas pra pagar, gente pra cuidar, mas a minha criança permanece comigo o tempo todo. Senão vejamos, adoro comer porcarias, não gosto de frutas e verduras, jogo videogame, adoro estar cercada de amigos, mas às vezes quero ficar só, adoro brincar, fazer rir, sorrir, caminhar na praia, ir às festas, adoro andar descalço, não ligo muito para as convenções, prefiro arte a números, choro com e sem razão, sou desastrada, gosto de guitarra, de música no último volume, de desenho animado, não gosto de gente séria demais, amo desenhar e pintar, andar de patins e bicicleta, assistir ao pôr do sol, caminhar na rua e muitas outras coisas que não ouso mencionar...
Acho que sou como os artistas, que declaram ter a alma livre; sou como as pessoas atemporais, que se recusam a crescer, a serem iguais, no sentido de terem uma vida dentro do padrão: crescer, passar no vestibular, fazer faculdade, começar a trabalhar, namorar, casar, ter filhos, comprar bens, endurecer, ficar mais pesado, ter muitas responsabilidades e reuniões, não ter tempo pra família, trabalhar, trabalhar, juntar coisas, ver os filhos crescerem e finalmente, morrer... e lá se foi uma vida...
Não sou assim, me nego a sê-lo...
Quero calçar tênis enquanto puder, usar roupas leves e floridas, quero renovar meus sonhos, todos os dias... Tirar um dia de folga no meio da semana pra ir à praia, tomar um sorvete, ir ao cinema, ou simplesmente, não fazer nada... quero brincar de viver como disse Guilherme Arantes e docemente Bethânia cantou.
Quero continuar desenhando, escrevendo, fotografando (me maravilhando com as cores da vida) enfim, não me conformando com o que foi destinado a mim e a tantas outras mulheres como “A” possibilidade de felicidade: casar, trabalhar e ter filhos (não necessariamente nessa ordem).
Quero deixar outro legado pela minha passagem neste planeta, quero poder ser lembrada por outras realizações, tal qual Clarice Lispector que, apesar de ter seguido o que se destinou a ela, ficou imortalizada pela sua inquietude enquanto mulher e ser humano. Ou como Cora Coralina que viveu um casamento tradicional e só aos 75 anos de idade tirou da gaveta seus escritos e publicou seu primeiro livro. E ela ainda se achava mais doceira do que escritora...
Sei lá o que eu vou deixar pra humanidade, mas certamente não será o que muitos deixam. Eu, definitivamente, saí da calçada dos tijolos amarelos... Peguei um atalho. Onde ele me levará ? Não faço ideia... mas vou até o fim!
E termino referenciando Cora, dizendo que não sei se a minha vida vai ser curta ou longa demais, só quero “que ela seja intensa, verdadeira... pura, enquanto durar.”
Não quero deixar nada pela metade. Quero ser inteira, mas do meu jeito!
É isso...
terça-feira, 18 de maio de 2010
As coisas que aprendi com as crianças
Confiança é um ato de fé, primeiro em você, depois no outro.
Transformar os caquinhos do vaso da sala que acabamos de quebrar num lindo peixe de mosaíco, num novo radinho, um novo carrinho, uma nova boneca...e sair por aí mostrando e gritando"pai, olha o que eu fiz...”
Imaginar, imaginar e imaginar...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala verdade, Dinah, já comeste um morcego?".
Não te espantes se o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?". Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão estranha em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
A sozinhez (esquece essa palavra que eu inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha" o importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço. Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada, e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos tão bobos. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.
Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon" pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?".
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo o que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou? Mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "Minha história é triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam um romance, pois, um romance é só um jeito de contar uma vida, foge, polida, mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!". Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desespere ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito. Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou nos nossos domínios disfarçados de camundongos. E como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre muito cômico, nunca devemos perder o humor.
Toda pessoa deve ter três caixas para guardar o humor: uma caixa grande para humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. CUIDADO, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: é feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Ontem fui dar uma caminhada ao ar livre, sem muitas pretensões. Só pelo simples prazer de olhar a vida, de fazer parte da sua paisagem. De fazer o exercício das pequenas coisas.
E como é bom ter na minha cidade o mar ali pertinho, ao alcance. Dá uma sensação de possuir uma riqueza de coisas belas, sem nos custar nada.
E como a cidade fervilha no final da tarde. São crianças, adultos, namorados, esportistas, idosos, cachorros, turistas, amantes, enfim uma infinidade de gente e de cores.
Bacana foi descobri tanta coisa nova: um novo calçamento no aterrinho que termina no mar, uma outra loja do Café Castagno (com cara de aconchegante), o jardim Japonês que está quase pronto e lindo, o atirador de facas fazendo sua apresentação ao lado da família e falando em Deus, os gringos que se esforçam para pertencer à minha terra e que maltratam tanto o meu povo, os trabalhadores informais que sorriem pra qualquer um, enfim, universos tão diferentes que naquele lugar parecem ser um só.
Como é bom poder redescobrir minha cidade!
Ontem, lavei meu pé no mar, brinquei na areia, tomei água de coco, comi milho verde, vi os artesanatos... fiz um excelente passeio. Vou fazer mais vezes!!! Prometo!
É sempre um prazer te visitar, minha Beira-Mar!
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
quarta-feira, 21 de abril de 2010
BULA
segunda-feira, 29 de março de 2010
Sabe quando você está sem esperança na humanidade, achando que tá tudo ruim e vai ser assim sempre? Tipo Freud no "Mal estar na civilização"?Aí , de repente, uma amiga maravilhosa te liga e diz: tenho um ingresso pra palestra do Patch Adams aqui em Fortaleza, sábado às 17h. Tu quer? Nem titubiei... eu vou sim!
E de repente, a proposta de um mundo que você acha que só existe na sua cabeça (ou de poucas pessoas) vai se concretizando em sonho comum... e você olha em volta e diz: caramba, é possível! Mas é tão difícil...