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"Quando digo que o meu corpo jamais será o mesmo, digo (simplesmente) que não sou a mesma e que entendendo que não sou a mesma, fica mais fácil aceitar também um novo corpo. Não há como viver uma transformação pessoal tão intensa, quanto a maternidade, e manter a mesma imagem refletida no espelho. Definitivamente, não há. Não há como esconder a descoberta do amor verdadeiro, a experiência do milagre da vida, a entrega que há em abrigar um ser em nosso próprio corpo. (...)
Sim, a maternidade me trouxe a melhor versão de mim mesma. Assim como nessa mulher (que dá a luz um outro ser) revela-se uma mãe, também nessa mãe revelam-se outras mulheres, outras possibilidades de si mesma. A mim, revelou-se a verdadeira mulher. Quando olhei para o meu filho, pela primeira vez, eu me senti mulher. Antes disso, eu achava que era uma. Hoje eu tenho certeza de que sou."
Goretti Feitosa
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